Representantes locais foram à Europa mas não visitam cidades brasileiras que reciclam lixo
Enquanto cidades da região ainda enfrentam a indefinição do destino de resíduos sólidos urbanos, representantes da Associação dos Municípios do Alto Tietê (AMAT) viajaram para a Itália em busca de alternativas quando poderiam pesquisar municípios brasileiros que implementaram programas de coleta seletiva.
De acordo com a associação, o objetivo da viagem era verificar "indústrias que transformam lixo em energia e como as soluções encontradas podem ser adequadas ao Brasil, conhecendo os procedimentos utilizados, da captação à transformação final".
Neste blog, porém, já foi relatada a eficiência de programas de coleta seletiva em cidades do Brasil, a exemplo de Curitiba, com o programa "Lixo que não é lixo". Ações como essa são de curto prazo, o que amenizaria os problemas na região. A AMAT, ao contrário, estuda a construção de usinas que transformam o lixo em energia, o que demanda longo tempo.
Há também outras cidades que poderiam ser observadas pela associação. Em Vitória/ES, desde 2007 existe um trabalho de coleta seletiva. No lançamento do programa, foram anunciadas a instalação de cerca de 12.500 lixeiras nas dependências da prefeitura, nas escolas municipais e na Câmara da cidade. Os moradores podem fazer a entrega em Pontos de Entrega Voluntária (PEV), contêiner ou recipientes instalados em locais públicos.
Além da importância para o meio ambiente, existe ainda preocupação com a inclusão social. Em Vitória, há esforço para que os catadores de materiais recicláveis se organizem em cooperativa. Não será por falta de oportunidade que a AMAT deixará de conhecer este projeto. Neste mês será realizado o II Seminário de Coleta Seletiva e Inclusão Social de Vitória, nos dias 21 e 22, com objetivo de discutir novas ações de desenvolvimento sustentável e planejado.
Em 100% do município de Santos também há coleta seletiva, promovida pela prefeitura. O material é encaminhado para uma usina especializada onde ex-catadores de lixo fazem a triagem. Os trabalhadores recebem ajuda de custo, cesta-básica, vale-transporte e três refeições.
Dados
O Ministério das Cidades divulgou no dia 19 levantamento apontando que apenas 57% dos municípios brasileiros realizam coleta seletiva. O estudo "6° Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos 2007" foi realizado em capitais e cidades com mais de 250 mil habitantes.
Cerca de 64% do lixo coletado vão para aterros sanitários, 26,6% são levados para aterros controlados – que têm estrutura melhor que lixões, mas onde há trabalho de catadores – e 9,5% dos resíduos ainda vão para os lixões, considerados a pior solução para o destino final.
Em Poá, parte da cidade tem o serviço de coleta realizado pela Cooperativa de Reciclagem Unidos pelo Meio Ambiente (CRUMA).
Não faltam exemplos e estudos quem indicam solução para o problema do lixo. Não é necessário ir ao exterior quando cidades brasileiras têm projetos eficazes. É imperativo, no entanto, tratar a causa com a seriedade merecida. Somente dessa forma é que ações políticas poderão ser bem sucedidas, social e ambientalmente.
Por Leandro de Jesus
Enquanto cidades da região ainda enfrentam a indefinição do destino de resíduos sólidos urbanos, representantes da Associação dos Municípios do Alto Tietê (AMAT) viajaram para a Itália em busca de alternativas quando poderiam pesquisar municípios brasileiros que implementaram programas de coleta seletiva.
De acordo com a associação, o objetivo da viagem era verificar "indústrias que transformam lixo em energia e como as soluções encontradas podem ser adequadas ao Brasil, conhecendo os procedimentos utilizados, da captação à transformação final".
Neste blog, porém, já foi relatada a eficiência de programas de coleta seletiva em cidades do Brasil, a exemplo de Curitiba, com o programa "Lixo que não é lixo". Ações como essa são de curto prazo, o que amenizaria os problemas na região. A AMAT, ao contrário, estuda a construção de usinas que transformam o lixo em energia, o que demanda longo tempo.
Há também outras cidades que poderiam ser observadas pela associação. Em Vitória/ES, desde 2007 existe um trabalho de coleta seletiva. No lançamento do programa, foram anunciadas a instalação de cerca de 12.500 lixeiras nas dependências da prefeitura, nas escolas municipais e na Câmara da cidade. Os moradores podem fazer a entrega em Pontos de Entrega Voluntária (PEV), contêiner ou recipientes instalados em locais públicos.
Além da importância para o meio ambiente, existe ainda preocupação com a inclusão social. Em Vitória, há esforço para que os catadores de materiais recicláveis se organizem em cooperativa. Não será por falta de oportunidade que a AMAT deixará de conhecer este projeto. Neste mês será realizado o II Seminário de Coleta Seletiva e Inclusão Social de Vitória, nos dias 21 e 22, com objetivo de discutir novas ações de desenvolvimento sustentável e planejado.
Em 100% do município de Santos também há coleta seletiva, promovida pela prefeitura. O material é encaminhado para uma usina especializada onde ex-catadores de lixo fazem a triagem. Os trabalhadores recebem ajuda de custo, cesta-básica, vale-transporte e três refeições.
Dados
O Ministério das Cidades divulgou no dia 19 levantamento apontando que apenas 57% dos municípios brasileiros realizam coleta seletiva. O estudo "6° Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos 2007" foi realizado em capitais e cidades com mais de 250 mil habitantes.
Cerca de 64% do lixo coletado vão para aterros sanitários, 26,6% são levados para aterros controlados – que têm estrutura melhor que lixões, mas onde há trabalho de catadores – e 9,5% dos resíduos ainda vão para os lixões, considerados a pior solução para o destino final.
Em Poá, parte da cidade tem o serviço de coleta realizado pela Cooperativa de Reciclagem Unidos pelo Meio Ambiente (CRUMA).
Não faltam exemplos e estudos quem indicam solução para o problema do lixo. Não é necessário ir ao exterior quando cidades brasileiras têm projetos eficazes. É imperativo, no entanto, tratar a causa com a seriedade merecida. Somente dessa forma é que ações políticas poderão ser bem sucedidas, social e ambientalmente.
Por Leandro de Jesus