Apesar da importância e dos efeitos que a futura obra do Rodoanel causará na cidade, os poderes públicos eleitos em Poá limitam o debate e não convocam a população a opinar.
A prefeitura montou um grupo reduzido de pessoas para discutir e elaborar sugestões ao prefeito a respeito da obra. A Câmara Municipal não constituiu sequer comissão sobre o tema.
A população só pode participar de forma concreta e objetiva na Audiência Pública promovida pelo DERSA, em julho. O evento é uma das obrigações existentes para que o Coselho Estadual de Meio Ambiente libere a construção da estrada. Ressalta-se, porém, que esse evento não é das melhores formas para a população entender e participar das decisões. As explanações dos órgãos envolvidos são muito técnicas e a proposição de sugestões é reduzida pelo tempo e não pode ser debatida.
Vereadores comentam vagamente sobre o tema nas sessões. O prefeito divulga na imprensa seus pedidos para compensar as alterações que a cidade sofrerá. Nenhum debate sério, no entanto, é convocado pelos poderes. Seminários, conferências, reuniões ou mesmo palestras poderiam levar a população para discutir a tão importante obra.
A população têm de estar informada sobre os desdobramentos da aprovação do traçado e tem o direito de opinar e questionar. Ambos poderes não demonstram interesse para que isso aconteça. Eles têm grande oportunidade para promover a participação popular em questões decisivas, mas mais uma vez estão deixando a oportunidade passar.
Há ainda muitos pontos importantes a serem debatidos. Onde a população desalojada ficará hospedada se no município há poucas casas disponíveis para aluguel? Onde serão construídos os prédios do CDHU? Como será oferecida a infra-estrutra (escolas, creches, postos de saúde, transporte público) no local?
Não faltam motivos para se ampliar o debate, ou promovê-lo seriamente, de forma ampliada e coletiva. Falta, pelo visto, vontade do poder público.
Por Leandro de Jesus
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